
Fora da minha janela há um mundo calmo. Ao longe vêm-se as serras atrás das quais o sol se põe. Os dias estão a ficar mais pequenos. O outono aproxima-se. Longas searas preenchem quase todo o espaço até cá a casa. O trigo abana suavemente ao sabor da brisa. As folhas das árvores do jardim começam a ficar com uma tonalidade alaranjada. Passa um carro na estrada e deixa uma leve poeira. As árvores rasgam o céu, vão emigrar. A janela está aberta e o tempo envolve-me como um abraço. Coloco os braços no parapeito e fico a contemplar a paisagem. As casas são banhadas pelo pôr-do-sol o que as faz atingir um tom doce em lugar do seu branco puro. As camisas de linho e as roupas frescas que estão a secar no estendal dançam pela última vez ao sabor do vento. A forma alta e magra da minha mãe forma-se e os seus traços meigos notam-se cada vez melhor à medida que se aproxima para apanhar a roupa. Tem um sorriso doce e o vestido florido que usa dá-lhe um ar juvenil.
É a paisagem mais bonita que já vi. Estou perante uma paisagem digna de um retrato.
Olá! Escreves muito bem, legal seu texto e seu blog.
ResponderExcluirUm beijinho,
Roberta
MCR <3
http://www.mukypho.blogspot.com
[mesmo por baixo do comentário da estranha x)]
ResponderExcluirtenho a dizer que fui a primeira a ler este texto (sinto-me importante)