Eu pensei que conseguia voar. Pensei que ias ser a minha outra asa. Pensei que íamos voar juntos. Fui inocente. Parva. Tentei acreditar que tu eras a minha metade, que me completavas. Afinal, és apenas e só um vendedor de ilusões, de esperanças.
Aproveitaste-te da minha "fragilidade", da minha insegurança, das lágrimas, que naquele momento em que nos conhecemos, me cobriam o rosto.
Enganaste-me. Iludiste-me. Tentas-te fazer com que eu visse o mundo de outra maneira, querias que eu mudasse. Eu não quis mudar. Eu quis continuar a viver à minha maneira. Não estava disposta a fazê-lo, não estou e não sei se algum dia estarei.
Preparei-me interiormente para te deixar partir. Já perdi tanta coisa, tu foste só mais uma. Desisti de formar o teu nome nas nuvens. Deixei o céu em paz. Deixei de, inutilmente, tentar voar.
Procurar-te? Não o farei. Sem procurar, eu sei que virás. Seja tu quem fores, aparecerás.
Sei que tu, detentor da asa que me falta, virá, me fará feliz. Vamos voar, sonhar. Quando tu estiveres comigo, o céu já não se importará que eu tente voar.
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