"Falamos muito porque o que temos para dizer um ao outro e um sobre o outro não pode ser entendido por mais ninguém."

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Uma frase #6 *

"Muitos de nós, somos trapezistas. Nem sempre estamos preparados para as alturas; uns arriscarão, sem rede de segurança; já são poucos os audazes, porque a vida tem muito de incerto. E os trapezistas da vida baloiçam, e aplicam a sua força, para contornar as adversidades com umas quantas piruetas no ar, e no limite dos dedos, seguram-se ao trapézio, que vai e volta. Porque existem momentos maus e bons da vida que parecem ser cíclicos. Valem os treinos de quem já está a postos para os acontecimentos. Mas nem todo o treino do mundo calcula os imprevistos.

Outros seremos equilibristas, mais perto do chão. Suspensos no ar, onde os nossos pés não poisam, no seu todo, numa superfície segura. No arame suspenso, o corpo, segura-se entre os dedos meticulosamente posicionados. De braços abertos, contrabalançamos a gravidade, o invisível que nos pode derrubar. A vida parece um arame suspenso, onde nós precisamos equilibrar-nos. O medo de cair surge. Mas perto do chão, aprendemos que temos de nos levantar, mesmo de joelhos esfolados e nariz partido. Mesmo que não tenhamos os pés assentes, colocamo-nos na ponta dos dedos, para não cair.

Há ainda contorcionistas, que em ziguezague, adoptam posições estranhas. Há os contorcionistas da vida. Esses poderão ser tantos. Os vigaristas por exemplo, não serão eles contorcionistas? Mas também os há, honestos e trabalhadores. Fazem das tripas, coração; e vivem com meia dúzia de .tostões no bolso, à espera que chegue o final do mês

E sim, hão-de vir os palhaços, que querem fazer rir quem passa pelo circo, quem se fez espectador. Querem rir-se de si próprios, para que o choro nunca lhes chegue."


* ou neste caso um excerto.

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