Tenho medo de expressar os meus sentimentos, tenho medo de ser rejeitada. De me por nas tuas mãos e tu me deixares cair. Se isso for acontecer será o fim do mundo! Nunca me entreguei completamente a ninguém mas de parte de mim deseja-o, a outra, teme-o!
A hipótese de me magoares está tão presente e a de me fazeres feliz não lhe consegue fazer frente!
O medo imobiliza-me, faz-me calar a multidão e fazer gritar o silêncio que está dentro de mim. Tento inutilmente faze-los entrar em sintonia, encontrar o meu meio termo, aquilo que me vai fazer falar, gritar tudo o que sinto, para tudo e todos.
Tu fazes-me sentir tantas coisas, tantas coisas ao mesmo tempo. Tenho tanto para te dizer e tão poucas palavras para o fazer. Tenho tanto para te dar e não quero nada em troca, ou melhor, quero-te apenas a ti e quero de ti a verdade nua e crua! Quero despir-te nas minhas palavras, deixar-te nu com os meus sentimentos, expor-te a minha alma mas esconder-te os fantasmas que me atormentaram no passado. Sinto-me arrepiar quando me tocas, tremer quando me falas e quase morrer de êxtase quando te chegas a mim. O teu nome é soletrado segundo a segundo na minha mente, o teu rosto está em todos os flashes da minha vida, a máquina que me faz viver pertence-te!
Eu grito, tu não me ouves, sussuro e tu nem sequer me vês. Escondes-me nos “perdidos e achados” para que os outros me peguem num acto de desespero. Eu não quero mais ninguém, eu quero-te a ti, quero-te demais!
Em todas as histórias que crio és a personagem principal, em tudo que leio tu estás lá, entras nas novelas e nos filmes da minha vida. Fecho os olhos para te esquecer, mas estás também nos meus desejos e pensamentos!
Fugis-te e nunca mais apareces-te no meu cais.
Será que amanhã estarás aqui?
Daniela Miranda.
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